sábado, 19 de dezembro de 2009

Angústia

Um bar universitário, salvo quando há brigas entre valentões, é um ambiente muito agradável. Sempre há música, cerveja barata, amigos, bilhar, conversas... um clima pra lá de bom, seja para aproveitar após o horário de aula ou durante mesmo.

Tudo muito bom, tudo muito bonito, mas, como sempre dizem por aí, nem tudo são flores. Entre todas essas energias positivas, um rapaz preocupado surge.

"Uma cerveja, por favor", diz ao simpático dono do bar, que a trouxe bem gelada. Pegou a loira e se dirigiu para uma cadeira solitária em uma mesa para quatro pessoas.

O rapaz era gordinho, cabelo curto e barba por fazer. Tinha uma mochila que não cabia direito em suas costas. Ele se sentou e começou a beber. Tinha um olhar distante, suava na testa e nem reparava o bigode de espuma que ficava a cada gole que dava.

Ficou sozinho. Será que esparava por alguém? Parecia muito inquieto. Olhava sem parar para todos os lados. Levantou-se e foi até o balcão. "Um amendoim, por favor", pediu.

Pegou seu pacotinho de salgados e retomou o lugar de outrora. E à sua ansiedade, também. Era final de ano letivo, teria ele reprovado em algo?

Continuou sozinho por todo o tempo que ficou lá. O suor já aparecia em sua camisa também. Talvez um abraço resolvesse seu problema.

Acabou a cerveja. Acabou o amendoim. Acabou a festa. Ele se levanta, contorce um pouco para colocar a mochila e se vai. "Quanto deu? Ok. Tenho trocado sim", colocou a mochila na frente para pegar as moedas. "Até mais".

E levou com ele toda a ansiedade e preocupação que lhe angustiava e transformava o ambiente ao seu redor.

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