segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Concentração demográfica

Pegar metrô ou trem todos os dias nos ensina uns macetes ligeiros. Você acaba descobrindo o melhor lugar para esperar pelo carro, sabe onde enche mais e menos, os horários ruins e os menos ruins (não, não há horários bons).

Você percebe que seu melhor amigo é o iPod acompanhado de fone do ouvido com o volume no talo, o que evita que você escute muita coisa desagradável das conversas alheias (coisas bizarras e até extraterrestres, eu diria), além de se proteger dos malditos-celulares-no-viva-voz-tocando-forró/pagode/axé.

Todo mundo contextualizado, vamos ao fato: metrô Brigadeiro, num horário bacana de se pegar condução, que geralmente não está muito cheio. Desço pela escada rolante e mal consigo prosseguir. Isso porque um aglomerado de pessoas estava logo na ponta da escada. Todas paradas como bobas.

Tive quase que sambar para continuar no meu caminho. Mas, por sorte ou não, consegui. Pensava com os meus botões por que raios estava cheio o metro àquela hora.

Mas, ao caminhar um pouco, percebi que, na verdade, as pessoas se acumulavam em apenas um ponto da plataforma. “Estranho demais”, pensei. Fui conferir o que se passava.

Tinha um carequinha na minha frente, um altão do meu lado. Logo mais, tinha um rapaz engravatado seguido de um senhor de barba e um pouco corcunda. Lá na esquerda, um moleque, jovem de tudo, acompanhado do pai, de pouco cabelo e nariz pontudo. “Eita, só tem homem aqui?”, reparei. Mas logo vi que estava errado.

No centro de tudo estava uma morena bonita. Mas muito bonita. De seios fartos saltando da roupa, de vestes justas e curtíssimas. Um short que se eu falasse que era um “3 dedos”, estaria mentindo e sendo otimista demais da conta, e uma blusinha que fazia juz ao diminutivo.

Entendi tudo. E fui no vagão ao lado, mais sossegado e com bem menos gente. E muito menos hormônios à flor da pele.

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